quarta-feira, 20 de abril de 2011

O retorno de quem ficou

Encontrar-te-ei em pedaços de paixão,
Montar-te-ei em estrutura de amor,
Enquanto o coração se afoga em protesto,
Apagas a constância das dores.

O muito foi pouco ou sentei-me
E ignorei o que me era raro,
O arrependimento que machuca
Aviva a esquecida esperança.

Encontro em mim as razões,
Os sentimentos que motivam
Prendem-me em coragem,
A forte pulsação diz que há tempo.

E de pedaço em pedaço
Irei encontrar-te em mim,
Irei salvar-te em mim,
Irei eternizar-te em mim.

Acharei a paixão perdida
E na singela estrutura
Sairá o amor escondido
Nos unindo em glória.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Porre

Cerveja, vodka, whisky e vinho,
O veneno que descia na garganta
Queimando cada gota de paz
E levando-me ao delírio.

A ressaca enterra meu sossego,
Meus amigos me contam rindo
Que eu tive que ser carregado,
Oh, amnésia, inimiga da resposta.

Minha mãe comenta sobre o cheiro
De de álcool que abraçou o quarto,
E eu ainda sinto o terrível gosto
Do vômito da noite anterior.

Só lembro de algumas das lágrimas
Que caíram após as lembranças
De um amor que se fora sem volta
E some na malícia do tempo.

Mas deixa a memória apodrecer,
Minha prioridade é ficar sóbrio,
Sem dor, sem enjoo, sem más lembranças,
Deitar-me-ei!

domingo, 17 de abril de 2011

Avante

Suas lágrimas espelham meus erros,
Mostraram-me o quão fui imaturo,
Talvez eu não tenha me preocupado
Quando falaste o que sentias.

Mas eu estava confuso,
Perdido em minhas desgraças,
Alcancei um nível inconsciente de egoísmo,
Tudo foi involuntário.

Você não mereceu isso, meu bem,
Nem eu te mereço por ter errado tanto,
Sei que te machuquei sem motivo
E é por isso que lhe peço perdão.

Acho que eu deveria reverter,
Espantar a dor que tens no coração,
Mas eu me conheço o suficiente
Pra afirmar que criaria mais feridas.

Mas creia, esquecerás,
A dor sumirá e encontrarás
Uma pessoa digna pro seu amor
E que irá te curar.

O amor, aonde ele foi?
O pobre rapaz trancou-se,
Caiu em devoções,
Só lhe restam os maços.

A tosse das tragadas falhas
Expõe o nível do seu ânimo,
E nada como doses de vinho
Para lhe causar um mal-estar.

Rapaz, não caias, não caias
No conforto do berço da escuridão,
Há tantos sóis por aí
Só tens que abrir a janela.

A chuva que sequestra o sol
É só uma ilusão que te prende
No desespero e no vazio
De forças para sobreviver.

Quando irás tentar perceber
Que a única coisa que lhe afunda
É você mesmo?
Sei que não é impossível.

Mas há, rapaz,
Há luzes, há o fim
Há o sol, há o amor,
Apenas levante-se.

sábado, 9 de abril de 2011

Durma, coração

Durma, coração,
Depois de tanta surra
Chegou sua recompensa,
A hora do descanso.

Durma, coração,
Se recupere das feridas,
Aprenda e crie táticas
Pra não ser mais derrotado.

Durma, coração,
Espero que esteja repousado
Para aceitar de braços abertos
Uma nova paixão.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Sobre o fim do caos

Já fui grão,
Já fui fantoche,
Fui um saco de pancadas
Para a sua frustração.

Estava muito alheio à realidade,
A paixão cegava-me,
Roubava-me os sensos,
Fiquei submisso.

Criou-se uma cronologia,
Talvez um ciclo natural,
O que me torturou um dia,
Enalteceu o meu eu.

As recordações ficam,
Mas os sentimentos voam
Sem rumo, sem destino,
Queimando-se com o sol.

As palavras sobre isso
Se perderam na memória,
Mas voltaram só pra falar-me
Que tudo mudou, que acabou.

Oh, períodos, fatos,
Deixaram-me tão cabisbaixo,
Mas foi bom, o posterior
É a imagem da força.

Hoje sou pedra,
Hoje sou mão,
Livre de suas insídias,
Estou fausto.

Platonismo

Meu coração é um quarto vazio,
Porém cheio de algo que machuca.
O final de um dia é o acréscimo
Do amargo e truculento sentimento.

A chuva vem calma,
A lembrança vem feroz,
O teto negro abre a porta
Pra solidão entrar.

Eu só queria que soubesse
Pra quem são os gritos de cada pulsação,
Pra quem são os risos de cada lembrança,
O choro de saudade do que não tive.

Amor tenho à oferecer,
Mas o quarto continua vazio,
Só falta sua presença
Para que eu possa enchê-lo.

Mas o medo, o medo,
Ele é o problema,
É o que me mantém em silêncio,
É que me faz te perder a cada dia.

Mas é melhor viver a utopia,
Do quê conviver com indiferença
Que eu causaria caso te falasse.
Mas e se...

terça-feira, 5 de abril de 2011

Hein?!

Errei mas não caí,
Não caí nos braços
Da pobre imaturidade.

Só rio do desprezo,
Da estrada partida,
Do cais que cai.

Talvez percebas
Que eu não me importo
e vivo com meus pés.

É sinceridade, morena,
Foi bom, mas passou,
Acabou, ecoou, evaporou.

Não sou a vítima,
Nem mereço ser vilão,
Foda-se os pensares.

Cansei dos papéis,
Do falso arrependimento,
Dessa picuinha desnecessária.

O resumo da minha vida
Não é um amor perdido,
Muito menos as mágoas de outro alguém.

Não sou um insensível, um monstro,
Nem sou o primeiro a agir assim,
Só escondi minha máscara na gaveta.

E você, por que há de me condenar?
Liste suas qualidades e seus defeitos,
Verás que está tão sem moral quanto eu.

Claro que tenho um coração
Que pulsa e bombeia amor,
Que me preenche com esse belo sentimento.

Claro que amo, que sinto, que choro,
Só não tenho um alguém pra amar,
Um alguém que venha furtar meu coração.

Talvez você esteja confuso(a),
Buscando sentido nos versos de cada estrofe,
Talvez eu admita estar louco só pra satisfazer sua teoria.

Mas não, eu estou são, sóbrio,
Calmo, manso, quieto,
Só estou desabafando e pondo o quadro sem moldura.

Só estou falando o que eu sinto,
Sem abstrair ou criar situações
Que não condiz com o que é real.

Mas enfim, morena,
Viva, largue os braços da imaturidade,
Saia desse jogo.

Boa sorte nessa jornada de mundo superficial,
A vida lhe espera com um cinto.

domingo, 3 de abril de 2011

Perdido

Eu perdi, eu me perdi,
Perdi meu poeta, minhas metáforas,
Minha criatividade, minha inspiração,
Simplesmente perdi, assim, como mágica.

Eu me perdi na tristeza,
Estado que me deixava mais racional,
Mais quieto, porém pensativo,
Foi quando eu me encontrei.

Lutei, superei e me perdi,
Caí na crueldade do clichê,
Versos monótonos, sem nexo,
O mesmo do mesmo.

Mas e se eu me encontrar de novo.
Sentir outra vez o sadismo da vida,
Me esconder do mundo, das pessoas,
E escrever sobre minhas lágrimas?

Não sei se quero,
Talvez eu procure métodos
Que me deixe em uma tênue
Entre os dois caminhos.

Eu me perdi, eu perdi,
Mas não me acanho,
Se me encontrar é sofrer,
Prefiro ficar perdido por aí.