sábado, 28 de abril de 2012

Egoísmo

Tento achar um espaço pra você,
Nesse meu coração tão cheio de mim,
Domado pelo demasiado e leviano sentir,
Onde o peso do silêncio ceifa a alma.

São apenas alguns instantes,
Alguns momentos que tecem
Os corpos que não criam laços
Mas se inclinam em nós.

Nós esses que criam a forca,
Que causa asfixia no pensar
Enquanto eu, ausente, sigo calado,
Vendo o lago de suas lágrimas.

O meu coração vibra triste
Ao sentir que irás se despedir,
E a dor que o oprime ao saber
Que você está dominada de razões.

Poderia dar-lhe muito mais
Se pouco eu fosse egoísta,
Eu estava confuso e perdido,
Porém, o encontrar foi tardio.

O mesmo triste coração
Chora ao saber da solidão,
Meu pensar reconhece o erro
E o meu sincero tom lhe pede o perdão.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Tantim

Eu tenho tanto
E tenho pouco,
Ter tanto não adianta,
Ter pouco não satisfaz.

Ter tanto nada diz,
Ter pouco nada és,
Ter tanto queima,
Ter pouco entristece.

Ter tanto estressa,
Ter pouco confunde,
Ter tanto é ego,
Ter pouco é inferior.

Ter tanto é imagem,
Ter pouco é oculto,
Ter tanto é orgasmo,
Ter pouco é dormir.

Ter tanto é angústia
Ter pouco é saudade,
Ter tanto é cárcere,
Ter pouco é liberdade.

Muro

Viver em cima do muro é ter que aceitar a dor do sacrifício, o muro é uma divisa entre duas alternativas e o sacrifício vem da decisão em que você toma.

Confuso

Não sei do meu futuro,
Mas vou vivendo por aí,
Vendo minha alma sangrar
A cada tropeço no que é vão.

Numa estrada um tanto vazia,
Onde a poeira invade meus olhos
E as lágrimas caem como pedras
Que viram pó ao beijar o vento.

A porta do bar está aberta,
Você pode embriagar-se do meu amor
E me acompanhar nessa jornada
Sem me cobrar demais.

Minha mente está confusa,
Mas meus pés estão firmes,
Eu não sei onde estou pisando,
Mas sei que não é em falso.

Os padrões desaparecem
Quando eu olho pro teto,
Talvez eu seja um Chinaski
Ou apenas um poeta fodido.

Insanidade, felicidade,
Preciso de uma salvação,
Eu estou com os olhos fechados
E uma bala perfura meu crânio.

Foi só um pesadelo,
Eu não vou ser pedra
No sapato de quem me cuidou,
Vou viver por aí.

Meu anjo da guarda
Me salve dessa ternura,
Essa vida é uma loucura
E eu estou delirando.

Porra, eu não sei do meu futuro,
Mas eu estou vivendo por aí,
Vendo a minha alma que sangra,
Quando eu tropeço em minhas metas.

Ah, salve-me, me salve!
Me acolha em sua casa,
Eu sei que estou novo,
Mas quero um pouco de paz.

Não és bem-vinda

Quando falta luz na cidade
Você cai me deixando cego,
Costuma vagar na minha mente
No caminho mais estreito,
Aquele que leva ao coração,
Minha alma está tão leve
Pesado é essa paixão
Que esmaga o meu ser,
Esmaga a minha paz,
Esmaga o meu amor,
Por favor, retire-se!