sábado, 19 de março de 2011

Vinho

Me entregar é degustar o vinho de uma nova ilusão.

Começa pelo suave: São quando os sonhos fazem da minha mente uma sala de cinema com filmes de amor vestindo um manto perfeito, caminhando em uma estrada descomplicada e sem obstáculos, onde as lágrimas caem em momentos de euforia e a trilha sonora é digna de um piquenique num luar.

Depois passa para o branco: É quando o cinema sofre uma mudança e os filmes fogem de um decorrer feliz, ganhando as lágrimas de tristeza e me deixando confuso com tudo aquilo que eu havia criado no começo, mas não me dando motivos para desistir.

Acaba no amargo: É péssimo, terrível, não consigo fazer cara bonita ao sentir o gosto ruim descer pela garganta. O cinema fica em crise, os filmes de romance perdem cartaz para os filmes de suspense, não há risos, não há lágrimas, há receios e dúvidas, há medo de uma nova versão do pior filme visto dentro da própria cabeça. O pior é não conseguir jogá-lo fora.

E no ápice do desespero só me resta correr para o banheiro e tenta vomitar a desilusão que eu mesmo criei ao me entregar cegamente e fantasiar de amor o que era para ser apenas uma aventura.

Um comentário:

  1. E bebamos o vinho e o cinema. (e a vida). rs
    Fiz uma homenagem ao vinho tb, há alguns dias, numa postagem.
    Se puder/quiser, leia.
    ;)

    http://www.atormentossingulares.com/2011_03_06_archive.html

    Abçs,

    www.atormentossingulares.com

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