terça-feira, 8 de março de 2011

Pós

Não quero nenhum carnaval e nem o abraço da escuridão
O amor pega sua vaga no trem, mas a saudade fica
Em minha cama sinto a solidão que sustenta as lágrimas
Aqui jaz o império que construí com o suor da paixão

É quando o sol briga com a lua
A lanterna briga com as pilhas
A janela briga com os focos
As pálpebras brigam com os olhos

Ah, como sou tão imaturo e errôneo
Mas a amnésia desabrigou as lembranças
Eu não posso arrepender-me de atos inconscientes
As consequências já estão a esmurrar meu peito

Não há espaço para o meu perdão, meu bem?
Não desmereço suas razões
Só escondo a tristeza e lamento
Eu mereço, eu mereço...

Esqueci, mas não menti, consenti
Mas o balão com seu amor voa rápido
Distante de mim, com raiva de mim
Mas eu mereço, eu sei...

Não sei se digo adeus ou volto já
Pois ainda há amor, há saudade
O karma que me acrescenta a dor
Deixa sonolentas as minhas crenças

Pois é, agora machuca as promessas do sempre e do nunca
Mas a gente sabe que o sempre há de acabar um dia
Mas vou vivendo como posso, com forças que desconheço
Já que tenho vida, morena, tenho que viver

3 comentários:

  1. boa descrição de estado de espírito no "pós" citado como momento em que o perdão não vem.

    ResponderExcluir
  2. brilhante, particularmente gosto muito de textos com figuras de linguagem.

    ResponderExcluir