quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O delírio de um jovem

Agora vivo a me perguntar o que faço aqui
Sei que sou novo, mas pareço ser tão velho
Alheio à possessividade peralta dos jovens
Perdido no ninho dos que se julgam maduros

É um coração partido, é um estado de ira
É uma fase em que a vida ainda é fantasia
É o sabor do saber e a necessidade de crescer
É a busca de si em meio as bagunças do ser

Eu que até agora aprendi muito pouco
Fico a observar esse jeito saltitante
Em que a juventude esconde as responsabilidades
Compactuando seus erros em bola de arrependimento

É falaz, é tenaz, é fugaz
É viver, é aprender, é crescer
É ter e perder, é não ter e adquirir
É viver sem ignorar o que te rodeia

Talvez eu precise de um copo de café
De duas goladas de whisky e um maço
Talvez eu deva adaptar-me e sorrir
Apenas deveria ter um sono mais suave

Rio até de mim, tão jovem, tão idoso
O passar dos anos faz crescer minha chatice
Reconheço que só tenho que viver mais
Mas na verdade, só queria um sono mais suave

Acordar e perceber que só tive um dia ruim
Relembrar que há anos atrás eu já fui assim
Que agora estou desperdiçando minha compreensão
Já que entendi que é a vida, é fase, é tempo

Nenhum comentário:

Postar um comentário